A mídia em geral precisa ser repensada em função da modernidade tecnológica, da velocidade da informação e da concorrência entre os veículos de comunicação, que não têm primado pela qualidade da apuração dos fatos. Nem da forma de sua divulgação, seja verbal ou impressa. Há, todavia, um lado positivo que vem ganhando espaço. É verdade que ainda aquém das necessidades do País em face de sua grandeza, seja territorial, seja de problemas a superar. Refiro-me à forma esclarecedora como têm sido apresentados fatos lamentáveis, como acidentes e crimes, provocados pelo consumo abusivo de bebidas alcoólicas. Os jovens começam a beber cada vez mais cedo, além do necessário e da capacidade de seu metabolismo absorver sem transtornar as idéias e distorcer a realidade.
A mídia tem procurado mostrar os efeitos que bebidas alcoólicas e drogas provocam. De forma didática, ao lado dos fatos lamentáveis provocados por essa combinação maligna, as explicações e esclarecimentos são veiculados com mais intensidade e didatismo do que se fazia antes.
Nos dias de hoje, os jovens adolescentes, quase sempre ainda sem atingir a maioridade, saem de suas casas já no início da madrugada para participar de baladas e outros encontros, onde o consumo de bebidas e drogas parece ser intenso. A volta para casa ocorre já no amanhecer. Ao volante, que se transforma numa arma perigosa, meninas ou meninos com o discernimento comprometido. O resultado é o aumento do número de acidentes, brigas e mortes precoces.
A incidência tem aumentado, como se verifica pelo aumento de notícias a respeito nos grandes centros, agravado por outro problema da modernidade, que é a deseducação que os pais dão aos filhos. Não se diz mais não aos filhos. Não se proíbe e não se pune. É um terreno de chão pantanoso, para leigos como eu. Psicólogos, sociólogos, pedagogos e outros especialistas podem prestar melhores esclarecimentos sobre esse fenômeno da nova educação familiar. Apenas constato como as crianças e os adolescentes de hoje são mimados em excesso, deseducados e destemidos, por falta de parâmetros e limites estabelecidos dentro de casa. O aumento do número de pais separados certamente contribui para isso, na medida em que desapareceu a autoridade do lar.
Uma coisa é certa: a mídia tem um papel decisivo na orientação fora do lar dada aos jovens. Se ainda há muito a evoluir no papel que os veículos de comunicação podem e devem prestar ao crescimento do País e da melhoria da educação de sua população, este aspecto orientativo do cotidiano é altamente relevante.
Como Alice disse ao coelho - nas palavras de Lewis Carrol, em Alice no País das Maravilhas -, "para quem não sabe para onde ir, qualquer caminho serve".
O jovem precisa saber o caminho. E a mídia pode mostrá-lo.
Paulo Saab é jornalista
Por: Daiane S.
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